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Descobrindo o hidrogênio natural: uma nova era

Resumo:

  • O Hidrogênio Natural enfrenta resistência de grupos locais e ambientais devido ao impacto ambiental pouco claro e ao potencial greenwashing.
  • Um estudo revela que as suas emissões são 20% superiores às da queima de gás ou carvão, desafiando os seus benefícios ambientais.
  • Alternativa promissora com reservas globais significativas é fundamental para alcançar emissões líquidas zero até 2050.

Em meados de 2030, o Centro Regional de Hidrogênio Limpo dos Apalaches (ARCH2) concluirá o seu desenvolvimento. Liderado pela administração Biden e por grandes empresas de energia, incluirá EQT, CNX e Marathon Petroleum. Esta iniciativa ambiciosa abrange a bacia de xisto Marcellus na Virgínia Ocidental, Ohio e Pensilvânia. Agora, pretende estabelecer uma instalação significativa de produção de hidrogênio. No entanto, o projeto enfrenta oposição considerável das comunidades locais e grupos ambientalistas. As principais preocupações giram em torno da pegada ambiental e da viabilidade comercial do processo de produção.

Recentemente, mais de cinquenta organizações ambientais locais instaram coletivamente o Departamento de Energia para suspender as negociações em curso sobre o ARCH2. A principal reclamação é a falta de clareza em torno do impacto ambiental e das especificidades operacionais do projeto. Os críticos argumentam que a iniciativa é apenas uma tentativa da indústria do petróleo e do gás de se reformular. Levantando assim questões sobre os verdadeiros benefícios ambientais do centro hidroelétrico.

Grupos ambientalistas pedem que o DOE interrompa as negociações do ARCH2

As comunidades locais, especialmente aquelas em regiões fortemente afetadas pelo fracking, expressaram ceticismo. Os defensores do ambiente temem que o centro de hidrogênio possa prolongar a vida das operações de fracking, validando e dando assim uma lavagem verde a uma indústria ligada a danos ecológicos significativos. Embora os líderes do projeto, incluindo Shawn Bennett, antigo vice-secretário adjunto para o petróleo e o gás, afirmem que o centro não necessitará de novos poços de gás, a oposição permanece firme. Bennett também enfatizou que existe um mal-entendido quanto ao estágio de desenvolvimento do projeto, com o objetivo de tranquilizar as partes interessadas sobre suas credenciais ambientais e viabilidade comercial.

Emissões de hidrogênio azul 20% maiores que gás ou carvão

Um estudo crítico conduzido por pesquisadores de Stanford e Cornell intensificou ainda mais o debate. As descobertas revelam que o hidrogênio azul é derivado do gás natural com captura e armazenamento de carbono. Além disso, tem uma pegada de emissões 20% superior à da queima de gás ou carvão diretamente para aquecimento. Esta revelação gritante lança dúvidas sobre os benefícios ambientais alardeados pelos defensores do hidrogênio azul, destacando a necessidade de uma abordagem mais sustentável.

À medida que os EUA se preparam para se tornarem o maior produtor mundial de materiais limpos até 2030, com o hidrogênio azul a representar mais de três quartos da produção e o hidrogênio verde a constituir o restante, a atenção está a mudar para uma alternativa potencialmente revolucionária: o hidrogênio. Muitas vezes referido como hidrogênio dourado, geológico ou branco, este recurso é encontrado na crosta terrestre e é uma promessa significativa para a descarbonização de indústrias que enfrentam desafios na transição para energias renováveis.

Reservas globais de hidrogênio estimadas em 5 trilhões de toneladas

Foram identificados depósitos naturais de hidrogênio em vários locais do mundo, incluindo o Mali, que produz esta commodity desde 2012, bem como França, Espanha, partes de África, Brasil e EUA. Acredita-se que as reservas globais estimadas rondam os cinco biliões de toneladas. De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), a procura de hidrogênio poderá atingir 430 milhões de toneladas até 2050, num cenário que visa alcançar emissões líquidas zero. Este vasto potencial posiciona o material como um componente crítico na estratégia global de combate às alterações climáticas.



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